Quase metade dos restos de pneus (“crocodilos”) nas autoestradas portuguesas provém de pneus novos, refere um estudo recente do Departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho e da Associação Nacional dos Industriais de Recauchutagem de Pneus (ANIRP).
O projecto “Caça ao Crocodilo” visou identificar ao longo de um semestre as causas das falhas dos pneus e contribuir para uma maior segurança rodoviária. Foram recolhidos e exaustivamente analisados todos os “crocodilos” encontrados nas autoestradas das concessionárias aderentes ao projecto, num total de mais de mil exemplares destruídos.
Verificou-se que 55% provinham de pneus recauchutados e 45% de pneus novos. Apurou-se também que em oito porcento das situações havia um desgaste excessivo do pneu e em 98% dos casos o rebentamento do pneumático não se deveu ao processo de recauchutagem.
Recauchutados 30% mais baratos
“Há que desmistificar a ideia de que os pneus rebentados têm sobretudo origem nos pneus recauchutados. A recauchutagem é económica e ambientalmente correcta, basta ver que todos os aviões usam pneus destes”, diz o líder da ANIRP. José Gomes anui que esta é uma boa alternativa face a pneus usados importados.
A ANIRP concluiu ainda que os pneus recauchutados custam em média menos 30% do que os tradicionais, podendo nalguns casos chegar aos 57%.
Fonte: www.cienciahoje.pt